quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Estudos Étnico-culturais

INDICO A LEITURA DAS MINHAS MATÉRIAS DA REVISTA SHIMMIE


        Matéria sobre o Zaar

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SÍMBOLOS DOS VIAJANTES DO DESERTO

Magia, medicina, estética, o que motivava o povo Berbere a marcar seus corpos? Uma coisa é certa, a sua prática remota ao período pré-islâmico.

Embora a "Ayacha" (aquele que dá a vida) seja proibida pelo Islã, esta é a tatuagem mais comum entre eles e tem como característica a marcação no meio da testa, separando os dois lados do rosto, muitas vezes seguindo para além do umbigo.

No livro de Eric Le Braz, existem relatos de desenhos que foram feitos para expressar a dor pela perda de seus maridos na guerra, para curar dores de cabeça, proteção, entre outros motivos.

Você consegue identificar a região das mulheres mais velhas pelo número de tatuagens da sua testa/cabeça, inclusive a identificação pode ser feita através dos símbolos de reconhecimento.

Os desenhos podem ter vários significados, dependendo da origem da pessoa. Alguns beduínos argelinos tatuavam o símbolos das suas aldeias em suas filhas e filhos para serem facilmente reconhecidos quando raptados pelos franceses e anteriormente os romanos, vândalos, árabes, etc. Segundo alguns pesquisadores, as tatuagens tinham também objetivo de preservar a língua escrita dos Amazigh. 

























A LENDA DE IMILCHIL - Festival dos Noivos de Imilchil (Marrocos)

Conta a lenda, sobre o Festival dos Noivos de Imilchil, que havia dois jovens de aldeias inimigas que se apaixonaram. Suas famílias não permitiam que eles se casem.

Tomados por tanta tristeza, choraram amargamente dia e noite. Suas lágrimas caiam na terra encharcando o solo e levando para lá a lamentação de seus corações apaixonados. Estas lágrimas criaram dois lagos. Um lago era "Isli", ou seja, noivo e o outro, "Tislit", noiva. O desespero por não poder ficar juntos e viver o grande amor foi tão grande, que ambos cometeram suicídio, morreram afogados cada um em seu lago de lamúria. Entre os dois lagos existem uma enorme montanha, assim suas almas se mantiveram distante, mesmo depois de suas mortes.

O Festival dos Noivos de Imilchil foi criado para prestar homenagem a estes dois lendários jovens amantes.

A tristeza prevaleceu entre os moradores, portanto, a tradição foi alterada, assim as famílias concedem liberdade aos seus filhos para se casar com quem eles escolheram. Hoje, povoados vizinhos se reúnem perto desses lagos, e as mulheres escolhem seus maridos.























FESTIVAL DOS NOIVOS DE IMILCHIL

O Festival dos Noivos é uma das grandes atrações da Vila de Imilchil, situada no coração das montanhas do Alto Atlas oriental, no Marrocos. 

Realizado durante três dias do ano, no final do mês de setembro, é também conhecido como “Setembro Romântico”. O intúito é a comemoração do casamento coletivo anual, onde as mulheres pesquisam e escolhem o seu marido. 

Por volta de 30 mil pessoas das montanhas montam suas tendas, levando, inclusive, seus cavalos e camelos. As garotas usam suas melhores roupas, colocam as mais lindas pratarias e dançam por horas sob as estrelas. Elas gesticulam para indicar que existe o interesse, se o rapaz se interessar, dão as mãos para sinalizar a intenção.

“Você roubou o meu fígado” é uma frase muito utilizada pelas noivas para indicar que encontrou o amor da sua vida.





















AQUALTUNE
Princesa Africa, filha de um rei do Congo.

Uma incrível mulher que liderou 10 mil homens, na Batalha de Mbwila, entre o Reino do Congo e Portugal. Capturada com a derrota congolesa, foi trazida para o Porto de Recife, no Brasil. 

A notícia sobre Palmares chegou até ela, logo organizou uma fuga junto com outros escravizados para o quilombo, chegando lá recebeu o governo de um dos territórios quilombolas, mantendo tradições africanas. Dois de seus filhos, Ganga Zumba e Gana Zona tornaram-se chefes dos "mocambos" mais importantes do quilombo.

Aqualtune também era mãe de Sabina, sendo assim, avó de Zumbi dos Palmares. Em uma das guerras comandadas pelos paulistas para a destruição de Palmares sua aldeia foi queimada.

























GHAWAZEE

Crônicas, poemas e relatos escritos sobre os “ciganos” do Egito só foram encontrados nos dois últimos séculos, o que é compreensível, tendo em vista danças com mulheres exibindo as cabeças descobertas e movimentando seus quadris de forma sensual, o que era considerado inadequado por seus líderes religiosos, não permitindo escrever sobre eles (ghawazee).

Escritores ocidentais relataram sobre Ghawazee na sociedade egípcia sendo convidados para apresentações em aniversários, casamentos, entre outras festividades, isso por volta dos anos 1700 até 1834, quando eles foram banidos e proibidos de divulgar sua arte.
 

























GHAWAZEE - FAMÍLIA MAZIN

Khairiyya Yusuf Mazin, era a mais nova das cinco (5) filhas de Yusuf. Su'ad, sua irmã mais velha, tinha sete (7) anos de idade quando subiu ao palco pela primeira vez, dançando com sua tia Labiba, famosa dançarina de Quina, no Egito. As outras garotas Mazin se chamavam Fathiyya, Feryal e Raja.

Fathiyya e Feryal cantaram e dançaram no filme egípcio Al-Zauja al-Thania e Khairiyya retratou no cinema uma sedutora ghaziyya da era napoleônica, em uma produção francesa.

Extremamente marginalizados pela sociedade, eles viviam da arte do entretenimento, eram associados à vida fácil e, segundo alguns estudiosos, tinham origem Domani (ciganas).

Em muitos momentos a palavra Ghawazee se tornou sinônimo de prostituição, isto é ilustrado num insulto comum no sul do Egito, "yabn al-ghazeeya", que significa literalmente, "filho de um ghazeeya”.

A caçula das irmãs Mazin é um dos últimos expoentes da dança autêntica do povo Nawari, do Alto Egito. Hoje Khairiyya ministra aulas para estrangeiros e pesquisadores de todo o mundo.

























A DANÇA CHINESA DO PAVÃO

De clima tropical, Yunnan está localizado a Sudoeste da China. Lá se encontra o povo da etnia "Dai", conhecidos por seu canto e dança. Uma dança em especial merece atenção e passei aqui para falar sobre ela. "A dança do pavão".

Considerado símbolo da bondade, sabedoria, beleza, boa sorte e felicidade, o pavão tem uma dança dedicada a ele. Realizada, principalmente, no Ano Novo do calendário Dai, também em outros importantes eventos de celebração religiosa.

Na dança tradicional do pavão, alguns jovens dançavam acompanhados de instrumentos musicais como tambores "pé de elefante" (tambor regional que tem forma de pé de elefante, com comprimento de 1,7 metros os mais longos e 0,7 metros os mais curtos), gongos, pratos etc. Eles Usavam capacete de ouro, máscara e vestiam uma jaqueta decorada com asas de pavão. Costumava ser realizada por homens, que usavam adornos pesadíssimos, com o passar do tempo a mulher começou a praticar, removendo do figurino as pesadas asas, incorporando longas saias decoradas com pena de pavão.

A dança tem técnica aprimorada e regras rigorosas, com rica variação de movimentos pelas mãos, vários saltos e diversas evoluções. Seus passos imitam a poesia que existem nos movimentos do pavão, tudo moldado no corpo de quem estiver dançando, passos como "o pavão em busca da floresta", "a caminhada na floresta", "jogando a água de primavera", "a procura de água potável", "brincando na água", e é tudo feito de forma muito elegante.
























GUEDRA

"Guedra" significa caldeirão. A panela, coberta por pele de animal reproduz o som do coração. O nome Guedra também é atribuído à bailarina e ao ritual. A dança do Povo azul do deserto do Saara tem a função de envolver todas as pessoas presentes com "boas energias" e paz, transmitidos do fundo da alma pelos dedos das mãos. Os movimentos são executados para as quatro direções, na intenção dos elementos céu, terra, vento e água; representando o tempo passado, presente e futuro.

















FESTIVAL DE CAMELOS DA CIDADE DE BIKANER

O Festival de Camelos é um evento organizado pelo Departamento de Turismo, Arte e Cultura, de Bikaner, no Rajastão. Ele acontece todos os anos no mês de janeiro. Neste festival os Camelos são vistos em traje de gala, são feitas verdadeiras obras de arte no corpo dos animais. Alguns fazem performances espetaculares. Ao todo são dois dias de festa.

Entre as atrações existem as corridas de camelos, danças de camelos, e os maravilhosos passeios de camelo. Por muito tempo este animal era o único meio de transporte nesta cidade.




















FESTIVAL DE ARTES POPULARES EM MARRAKECH

O Festival atrai cantores populares, dançarinos, adivinhos, trupes, encantadores de serpentes, engolidores de fogo e todo tipo de cultura popular presente em no Marrocos. Esta festa acontece desde 2000, e tem atraído muitos artistas locais, da Europa e Ásia. 

O principal ponto de encontro de artistas é "Palais el-Badi". Construído por Ahmed al-Mansour entre 1578 e 1602, o palácio, agora em ruínas tinha fama de ser uma das mais belas do mundo.




















MUIRAQUITÃ

Uma das versões da lenda conta que na festa da lua, as Icamiabas, mulheres guerreiras, mergulhavam no lago Jaci Uaruá (espelho da lua) e recebiam da divindade um barro retirado do leito do lago. Elas o moldavam ainda em baixo da água e quando chegavam na superfície imediatamente endurecia, formando um amuleto, geralmente em cor verde. Eram oferecidos aos Guacaris (homens de outra aldeia) com os quais passavam dias namorando.

O artefato era confeccionado em jade, geralmente tinha o formato de sapinhos e, segundo a crença, tinham poderes mágicos, trazendo sorte ao seu portador.

Foram encontrados pelos europeus pela primeira vez nos séculos XVII e XVIII, próximo aos rios Nhamundá e Tapajós. Alguns exemplares podem ser vistos em museus por todo o mundo e outros estão nas mãos de colecionadores.

Ainda nos dias atuais o muiraquitã é considerado objeto sagrado, permanecendo a crença que este traz felicidade, sorte e tem poder de cura.


























NATIVOS DA AMÉRICA DO SUL

Se você é um estudioso (a) na área, aguardamos sua contribuição. As informações abaixo foram retiradas da Wikipedia.

1. Guatuso
2. Talamanoan
3. Nativo da Bolívia
4. Guaykuru
5. Caraja
6. Matako
7. Nativo do Brasil
8. Nativo de Guayaquil
9. Araucanian (Chile)
10. Nativos de Tierra del Fuego
11. Nativo da Patagônia
12. Botocudo (macro-jê)





















CONFERÊNCIA DOS PÁSSAROS

"Mantq ut-Tair" ou "Conferência dos Pássaros" em português é um dos exemplos mais encantadores da poesia persa, foi escrita pelo fantástico poeta Farid od-Din Attar, nascido no século XII e é alicerçada na doutrina Sufi.

O livro é uma alegoria mística-filosófica em que as aves de todo o mundo se reúnem para decidir quem será o seu rei. A poupa, eleito o líder de todos os pássaros, sugere que eles devem encontrar o lendário Simorgh, um pássaro mítico persa - uma alegoria da busca por Deus. O autor claramente brinca com um trocadilho na palavra Simorgh e "si morgh" - que significa "trinta pássaros" em persa, já que apenas trinta (30) pássaros conseguem chegar no grande salão do Simorgh e lá descobrem serem eles o rei que tanto procuram.

A poupa representa um mestre sufi, cada uma das aves que vai desistindo da jornada representa uma falha humana que impede o homem de atingir a iluminação.

Sobre a fabulosa ave Simurgh, ela era considerada um purificador da terra e das águas, vivia onde a água é abundante. Uma ave tão antiga que já viu por três (3) vezes a destruição do mundo. A criatura representa a união entre a terra e o céu, servindo como mediador e mensageiro entre os dois mundos. Sua moradia é a Gaokerena (o Hom - Haoma), Árvore da Vida.

No livro, para alcançar o local onde está o Simorgh, o Monte Qaf, as aves devem atravessar sete vales: Talab (ânsia), Eshq (amor), Marifat (gnose), Istighnah (desapego), Tawhid (unidade de Deus), Hayrat (perplexidade) e, finalmente, Fuqur e Fana (abnegação e extinção). Estes vales representam as estações que um sufi ou qualquer indivíduo deve passar a perceber a verdadeira natureza de Deus.

























O BURAKUMIN

Poderíamos chamá-los de “Os Intocáveis” do Japão”, se comparados a cultura indiana. Era a casta mais baixa do Japão Medieval, do século 11. Trabalhavam em funções consideradas impuras (executores de criminosos, fabricantes de couro, açougueiros, limpadores de rua e coveiros). 

Por volta do século 18, eram forçados ao uso de roupas e cortes de cabelo específicos, prostração diante de seus superiores e o toque de recolher.

Até final período Edo, a casta dos Burakumin não tinham nomes de família. 

“O Mandamento Quebrado” é um popular romance japonês escrito por Toson Shimazaki publicado em 1906 (Final de período Meiji), sob o título Hakai (transgressão). O livro aborda sobre discriminação contra o povo burakumin.

Embora a classe tenha sido oficialmente abolida em 1871 (sob a Lei de Emancipação do período Meiji), um grande número de descendentes burakumin continuam a viver em guetos e sofrem com preconceito.






















O EGITO ANTIGO - O PAPIRO DE EBERS


Eb 356 (57, 17 – 57, 21)
Remédio para a cegueira:
Olhos de porco 1 (tirá-los e colocar em água), cosmético preto para os olhos 1, ocre vermelho 1, produto da fermentação de mel 1, pulverizar finamente numa massa uniforme, inserir no ouvido do homem, de modo que ele fique imediatamente saudável. Faz isto e verás um método bem sucedido.
Em seguida, deves repetir, como a frase:
"Eu causei isto, e no lugar do presente, substitui o sofrimento que se espalha", repetir duas vezes.
O Papiro Ebers é um dos tratados médicos mais antigos que se conhece, compreende 110 páginas, foi escrito em hierático, e é de longe o mais longo dos papiros médicos. Foi escrito no Antigo Egito e é datado de aproximadamente 1550 a.C, mas acredita-se que foi cópia de manuscritos mais antigos.
O papiro foi adquirido em 1872 pelo egiptólogo George Ebers, por isso seu nome.
















EGITO ANTIGO - CURIOSIDADES

ROUPAS: as mulheres ornamentavam muitas vezes seus vestidos com miçangas. Elas cobriram seus seios, porém existiram períodos em que os deixou a mostra, obedecendo a moda local.

MAQUIAGEM: tanto homens quanto mulheres usavam maquiagem. “Kohl" era utilizado para decorar pálpebras, eles também cobriam o corpo com cremes e óleos, mas a maquiagem além de deixar as pessoas lindas, eram utilizadas para proteger olhos/pele do sol quente do Egito e até para proteção do “mal”.

CABELO: o cabelo do Faraó nunca era visto em público, ele sempre usava o “nemes”, uma espécie de cocar ou pano listrado, sobre sua cabeça.

CABELO: crianças tinham suas cabeças raspadas até 12 anos para evitar que adquirissem pulgas e piolhos.

MEDICINA: infecções no Antigo Egito foram tratadas com pão bolorento.

MEDICINA: em mais de uma receita médica do “papiro Ebers”, o sangue menstrual é usado como ingrediente.

MUMIFICAÇÃO: o único órgão que não poderia ser removido na mumificação era o coração, os egípcios antigos acreditavam que a alma habitava nele.